Um animal silvestre ameaçado de extinção

Jaguatirica, ocelote ou gato-do-mato é um felino cujo nome científico é Leopardus pardalis ou Felis pardalis, originariamente encontrado na Mata Atlântica e outras matas brasileiras. Distribuída por toda a América Latina, é encontrada também no sul dos Estados Unidos. De hábitos noturnos, passa a maior parte do dia dormindo nos galhos das árvores ou escondido entre a vegetação. Vivem aos pares, o que é raro entre os felinos.

As fêmeas têm de um a quatro filhotes a cada gestação. Supõe-se que se reproduzem a cada dois anos. O período de gestação varia de 70 a 95 dias. As fêmeas chegam à idade adulta em um ano e meio, os machos aos dois anos. Em cativeiro estima-se que viva cerca de 20 anos, é possível que viva menos na natureza.

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Zabelê: um animal da caatinga ameaçado de extinção

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O zabelê ou zebelê (Crypturellus noctivagus zabele), é uma ave brasileira da família dos tinamídeos, medindo entre 33 a 36 cm. É uma subespécie ou forma nordestina do jaó-do-litoral (Crypturellus noctivagus noctivagus) do litoral do sudeste e sul do Brasil, do qual difere principalmente pelo colorido mais pálido. É ave cinegética. Habita as matas de Minas Gerais, e Nordeste do Brasil, na caatinga, onde também é chamado de zambelê.

Alimenta-se de sementes, bagas, pequenas frutas, insetos e artrópodes. Uma característica na reprodução dessa espécie é a da formação de haréns de fêmeas, no período de acasalamento, que são fecundadas por machos solitários, fator que contribui para os resultados escassos obtidos nas tentativas de sua reprodução em cativeiro. Seus ovos possuem coloração verde-água, e a postura de 2 ou 3 deles. Seu canto consiste num forte piado com 3 ou 4 notas, sendo a primeira descendente, e as demais lineares. Segundo estudos em sonogramas, existem variações particulares entre as vocalizações de populações regionais dessas aves. Por causa da predação humana, o zabelê é um animal ameaçado de extinção.

Um animal da caatinga ameaçado de extinção

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O papagaio-verdadeiro, também conhecido pelos nomes de , acamatanga, papagaio-baiano, acumatanga, ageru, ajuruetê, ajurujurá, camatanga, curau, papagaio-comum, papagaio-curau, papagaio-de-fronte-azul, papagaio-grego e trombeteiro (Amazona aestiva), uma ave da família Psittacidae.

É encontrado em mata úmida ou seca, em beira de
rios e cerradões na Bolívia, Paraguai e Norte da Argentina. No Brasil, ocorre do Nordeste (Piauí, Pernambuco, Bahia), pelo Brasil central (Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso), ao Rio Grande do Sul; ausente nas áreas litorâneas ao contrário de Amazona amazonica.

O papagaio-verdadeiro possui aproximadamente entre 35 e 40 cm de comprimento e pesa cerca de 400 g. Apresenta cabeça amarela, fronte e loro azuis, espelho alar, encontro das asas e base da cauda vermelhos. A cor da íris dos adultos é amarelo-laranja (macho) ou vermelho-laranja (fêmea, destacando-se um fino anel esterno vermelho), os imaturos têm íris marrom uniforme. O bico é negro no macho adulto. É uma das espécies mais belas e inteligentes de aves do planeta e sua expectativa de vida é de 80 anos. Os papagaios-verdadeiros também costumam repetir o que ouvem de seus donos.

Os papagaios são capturados clandestinamente e transportados para serem vendidos ilegalmente. A única maneira legal de possuir essa e outras aves da fauna brasileira é possuindo uma ave com anilha, documento, e ter a permissão do
IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Além da captura, se perdem ovos e muitos filhotes morrem no ato da retirada das aves dos ninhos, pois freqüentemente derruba-se a árvore, eliminando assim também os locais favoráveis para reprodução, como exemplo, as palmeiras velhas, que são os melhores locais para essas aves procriarem.

Um animal da caatinga ameaçado de extinção

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A caatinga é um bioma que se concentra na região nordeste do Brasil. Ocupando quase 12% do território nacional, ela cobre grandes faixas do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e também um pedaço do norte de Minas Gerais. Perfazendo uma área de 955.755,79 km2, em 1.280 municípios. Por vários fatores várias espécies de seus bichos estão ameaçadas de extinção. Hoje vamos falar do tatu-bola que já serviu tanto de alimentação para o homem caatingueiro, embora não tanta carne assim, que valha a pena o seu abate. Mesmo assim ser humano com seu instinto de destruição continua matando impiedosamente os que ainda restam.



Por conta disso, de acordo com a lista nacional das espécies de fauna brasileira ameaçada de extinção, publicada em maio de 2003, pelo Ibama, vivem no bioma 28 espécies ameaçadas de extinção, entre elas o Tatu-bola (Tolypeutes trinctus): considerado o menor tatu brasileiro, medindo de 22 a 27 centímetros, esse animal enrola seu corpo e fica parecido com uma bola quando se sente ameaçado. O que não é suficiente para se livrar das garras dos predadores.

CONFECOM em Petrolina

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Aconteceu hoje em Petrolina, uma conferencia prá lá de desinteressante. me refiro a Conferencia Nacional de Comunicação, etapa municipal. Aliás, o que menos teve foi comunicação e gente. Ué? e se faz conferencia sem gente? não sei, só sei que foi assim, confira pelas fotos.



O que presenciamos mesmo foi um grupinho de que veio de Recife, cheio de direito falando para quase nimgem só para dizer que fizeram a conferencia. O que estava marcado para começar as 9h00, começou mais de 11h00, ôh coisinha desorganizada. Farnésio Silva ficou furioso.

07 de novembro, dia do radialista. Ou não?

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O dia 21 de setembro, dia do aniversário de emancipação politica administrativa de Petrolina, mas também era o dia se homenagear os radialistas do Brasil. E agora?

DIA DO RADIALISTA – 21 DE SETEMBRO OU 07 DE NOVEMBRO?

Desde os anos 80, quando ingressei na área de comunicação radiofônica, como locutor, animador, apresentador. Sempre fiz minhas homenagens aos radialistas, dia 21 de setembro. Tudo começou em 1943, no Governo Getúlio Vargas, quando o Presidente da República sancionou uma Lei fixando um piso salarial, ou remuneração mínima para os profissionais da categoria. Consta que numa reunião realizada na Rádio Nacional teria sido decidida a escolha da data do referido decreto Lei, 21 de setembro, como referência para se comemorar o “Dia do Radialista”.

De repente, descubro que o Dia do Radialista não é mais comemorado nessa data, desde 2006. E sim, no dia 07 de novembro, instituída pela Lei Federal nº. 11.327/06. Digo descubro, porque confesso que não sabia dessa mudança. Considerando que a lei em epigrafe, não revoga nenhuma outra lei anterior, qual é a verdadeira data a ser comemorada? 21 de setembro? Ou 07 de novembro? Ou as duas?. Veja a lei a seguir.

LEI Nº 11.327, DE 24 DE JULHO DE 2006.

Institui o Dia do Radialista.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Fica instituído, no calendário das efemérides nacionais, o Dia do Radialista, a ser comemorado no dia 7 de novembro, data natalícia do compositor, músico e radialista Ary Barroso.
Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 24 de julho de 2006; 185o da Independência e 118o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
João Luiz Silva Ferreira



Petrolina, 16 de setembro de 2009

Vitorio Rodrigues de Andrade
Especialista em Ensino de Comunicação Social
Radialista mat. DRT/MT 1540 – PE

Fernando Valença contesta Vitorio Rodrigues

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Se você já a carta poatada anteriormente que enviei ao Dr. otavio Carvalho, leia agora esta de Fernando Valença me contestando. Despois iremos para o debate.

Recife - PE, 10 de dezembro de 2008

Prezado Vitório Rodrigues de Andrade,

Minhas palavras iniciais para cumprimentá-lo, dada a trajetória notável que vem percorrendo: parabéns! É de paradigmas assim que esta Nação carece... faz tempo.

Li sua exemplar biografia e a carta que se dignou escrever para o Eng. Civil Dr. Otávio Carvalho que, acrescente a méritos profissionais que você atesta, o de ser ele favorável ao Projeto São Francisco; em particular, à Transposição de água do Rio São Francisco para o semi-árido do NE setentrional. Isto me estimula a lavrar com maior satisfação estas modestas linhas e comentários, dada minha condição de leigo (tecnicamente considerando), porém, credenciado para defender incondicionalmente aquele Projeto:
a obra de engenharia hídrica mais bem concebida, em matéria de TRANSPOSIÇÃO DE ÁGUA, pela Engenharia humana!
Quero apresentar-me: sou sertanejo, criado no cariri mais seco e pobre do mundo! Você nunca viu nada igual, lá pelos confins da serra do Coró, entre Coxixola e Caraúbas, na Paraíba; tenho marcas no corpo do que foi ser criança coletando água de beber com uma cuia de cabaça em cacimbas no leito daquele rio que, muitas vezes, já havia secado... tentando cortar palma murcha para os animais (do gado bovino, caprinos e muares), muitos dos quais vi morrerem de sede e de fome e – nem queira saber – eu vi um agricultor, um homem, dentro de uma rede, morto... de fome e de sede! Por falta de água... Mas não foi isso – que já seria bastante – que me fez "estudioso e defensor da Transposição", não! Desde o dia que ouvi falar do Projeto São Francisco (década de 80), procurei conhecer, estudar, ir a palestras, participar de debates, assistir a programas e filmes e ler a respeito. Chega. Sou favorável e o defenderei até o último alento com a independência de quem não é do governo, não tem partido político, nem ligação com ONG, religião, sindicato, comércio, Clube de Serviço, nada! Lamentável não ter Poder e Força para utilizar os meios de comunicação: rádio, televisão e imprensa, o tempo todo, pra tratar abertamente da Transposição, defendendo-a, naturalmente. Apenas escrevo, falo e apareço, porém, na condição de "Dom Quixote esfarrapado", isto é, sem espada, cavalo ou assessor (Sancho Pança); felizmente, não me tem faltado uma página de jornal em PE, PB e AL, rádios de vez em quando me ouvem, a TV Cultura de SP me "levou" para um Roda Viva e, no mais, vivo atendendo a palestras em ambientes fechados ou abertos e, lá no Cariri, falei na igreja, perto da beira do Rio Paraíba! Naturalmente cobro cachê: 1 copo d’água durante cada evento. No ano passado fui convidado para um programa de 2 horas numa rádio do agreste, em Caruaru; estava convalescendo de uma cirurgia na coluna, não devia dirigir:
fui e voltei de ônibus sem aceitar pagamento de passagem, paguei-as eu próprio e fiquei agradecido.

Se pudesse, pagaria sempre que me pedissem para palestrar, debater, conceder entrevista e escrever em favor da salvadora Transposição de água do Rio São Francisco para o semi-árido do NE setentrional.

A título de auto-apresentação, creio que basta para você, homem inteligente, deduzir que não farei greve demagógica de nada, mas, se for preciso pagar tal custo para defendê-la, pagarei com minha vida, creia.
Objetivamente, pensei em analisar tópicos de sua autobiografia, porém, suponho que seria mais adequada uma conversa, frente a frente; minha maturidade me diz que aquelas convicções, de todos nós, oriundas da experiência pessoal natal, quase sempre resistem a qualquer ponderação lógica "contrária"; refiro-me, por exemplo – para citar só essa – ao que você informa em relação à limitação e pobreza da vida no Sítio Poço do Umbuzeiro, na Bahia, onde foi criança, que fica a 118 km da "metrópole" Petrolina-PE e a 48 km do Rio São Francisco! O fato de, diz você, "até o presente", não ter água nem energia elétrica é inadmissível! Só isso basta para se compreender porque, aos 14 anos, quase uma criança, foi-se "embora para Petrolina", trabalhar como ajudante de pedreiro! Tudo o mais sucedeu, felizmente com um desenlace surpreendente: você não se perdeu (nos vícios, na prostituição, no crime!); se salvou! Sem um ombro para ampará-lo, nem um par de ouvidos para escutá-lo e muito menos alguém para guiá-lo, protegê-lo. Quer saber, meu caro? Sua história equivale à de sertanejos e de caririzeiros, em geral, gente pobre, integrante da chamada "População Dispersa" que, você sabe, é o rótulo para mencionar, no meio rural, as famílias dos quase miseráveis que não vivem, como me disse um deles: "aqui a gente morre aos poucos...". É fácil saber: são casebres menores, mais distantes da estrada, de qualquer ponto onde haja água e de qualquer vizinho! Sítio Poço do Umbuzeiro - BA, sei agora, é o berço do Dr. Vitório Rodrigues de Andrade que, mesmo tendo perdido uma perna, anda mais e produz muito mais para os seus e para os outros, como cidadão, do que quem não sabe ser ele o tipo de cidadão de que esse País carece para ser imagem de uma família unida e não a caricatura imoral de hoje.

Se os lugares onde há fartura, de tudo, estiverem esterilizados, a ponto de não parirem mais brasileiros que acreditem nos princípios e, portanto, incapazes de lutarem mais bravamente do que pelos interesses, não importa: os sertanejos e caririzeiros sobreviventes de todo tipo de carência impedirão que ocorra uma "Pororoca Social" – guerra entre irmãos. O vaticínio do ex-Presidente João Figueiredo, dito a mim no Sítio do Dragão, em Nogueira-RJ, dado o nojo que tinha da maneira como se faz política no Brasil, não ocorrerá: com o nosso exemplo essa Pátria não irá se perder. Para isso, a Transposição é fundamental e Batalhões de Construção e Engenharia do Exército estão concretizando, modelarmente, o extraordinário embasamento das super bombas de recalque de água que, logo, logo, serão instaladas para acabar de vez com a extrema pobreza, o desumano sofrimento por fome e sede que, há mais de 5 séculos, milhares e milhares de famílias do semi-árido do NE setentrional padecem, injustamente. A água do São Francisco impedirá que plantações, animais e habitantes do Brasil morram de sede e de fome, porque, justamente eles, nascidos e criados nos sertões e nos cariris, têm destemor e coragem para impedir que o Brasil se afunde; basta que lhes garantam fartura de água, vale dizer: o direito de viver com dignidade. A Transposição não irá resolver o problema todo; mas, ao menos em relação ao semi-árido, por onde passarem os canais dos Eixos NORTE e LESTE, ninguém mais vai padecer fome nem sede; gente, animais e plantações, ninguém vai morrer por falta de água e, sobretudo, nenhum menino ou menina dali irá migrar para se perder no "oco do mundo". Porque nosso lugar é aqui, ou ali, onde a Transposição fará a mais esperada operação de salvação humanitária que nossa gente espera e merece. Você e eu, meu caro, comemos "o pão que o diabo amassou", mas não é justo ter que vencer pagando um preço tão alto: por um triz não nos perdemos de vez... Muitos de nós acabam sem poder contar história nenhuma, devido à falta de água lá onde foram, onde fomos, criados.

Saiba que não posso disfarçar. Esta não é a carta que eu estava escrevendo para você! Se não ficar "bem", paciência! A CULPA SERÁ SUA! Compreenda. Foi uma questão "metódica", isto é, se não tivesse lido antes o seu "currículo", escreveria objetivamente procurando responder a cada tópico e, eventuais menções pessoais de que eu discordasse, exporia meu ponto de vista, enfim, em relação à sua carta para o Dr. Otávio Carvalho. Não foi o que fiz... como você pôde sentir, deixei "rolar" minha reação de caririzeiro, "danado de raiva", que é como fico quando sei que alguém é contra a sagrada Transposição! Só perdôo devido a um pecado mortal: que a pessoa, esclarecida ou ignorante, não tenha lido e compreendido o Projeto (caso de todos os que enfrentei, até hoje, inclusive o ex-governador da Bahia, Sr. Paulo Souto, não por acaso um gentleman). Aqui, preciso cautela para não ser injusto e nem botar a perder uma oportunidade de descobrir mais um brasileiro que irá aprovar, defender
o Projeto São Francisco em geral e, em particular, a Transposição, nele integrada. Fica explicado porque esta carta ficou assim como está; queira recebê-la.

Farei o possível para tecer comentários meramente "clássicos" no sentido de correspondentes, isto é, para não deixar a impressão de que não considerei eventual ponto, aqui ou acolá. Interessante saber que o Dr. Otávio Carvalho é favorável à Transposição; que bom! Não quero apreciar coisas como, por exemplo, a eventual momentânea mudança denominativa do Projeto que você diz estar sendo "chamado pelo governo federal de Projeto de Integração de Bacias". Certa vez alguém me disse que o novo Ministro da Integração Nacional iria descartar a palavra "Transposição" e que os artigos para o site seriam submetidos a ele, que aprovaria, ou não, publicar... em vez de tal decisão permanecer com o jornalista da assessoria de comunicação. Fiquei de olho, mas acho que ele não tem "peito" pra matar a Transposição.

Muitas coisas oficiais irritam porque abusamos do desperdício e, no que diz às formalidades, a burocracia é o reino da falta de respeito... à Cidadania, ao Povo, que é Pai e Mãe do governo. No Brasil, tem-se a impressão de que o Povo é formado por pessoas, por gente, e que os componentes do governo, de todos os níveis, são compostos por OUTROS SERES! Aparentemente são pessoas, mas, na relação deles com os do Povo, se nota uma diferença bestial! Cada um dos componentes do governo, ao lidar com as pessoas do Povo, o faz como se o Povo fosse menor e o governo, MAIOR!

Como se o governo fosse um FIM e o Povo, um meio! É o contrário: o governo é menor e é meio; o Povo é Maior e é FIM. No Brasil ocorre uma aberração: os integrantes do governo, TODOS ELES, são paridos em nossas casas: são nossos pais, nossos irmãos, tios, filhos, mães, primos, colegas, amigos, conhecidos. Um dia, tornam-se governo e, caso se profissionalizem, FICAM DIFERENTES: viram a gota serena! Enquanto forem governo, coitado de algum do Povo que tiver de se relacionar com ele, ou com ela. Um dia isso vai acabar, pode crer! Isto acontece entre nós porque somos muito brutos, não estamos preparados. É urgente deixarmos de ser selvagens; desprezar o gosto por apitos e bugigangas (a demagogia) e nos atracarmos com a seriedade (a Democracia só dá certo onde se cultiva cidadania).

Concluindo: não quero ser, nem tenho o direito, neste caso, rude, mas, meu caro, há vários equívocos na sua abordagem ao Engenheiro Otávio Carvalho. Parece-me mais um desabafo do que, propriamente, uma crítica bem embasada; aquela bobagem que a VEJA publicou em 2001 não merece nem ser evocada... O Senador Fernando Bezerra era um desencorajado, a meu ver; eis que a Transposição, à época, poderia perfeitamente ter suas obras inauguradas. Não foram porque é isso que você sabe: no Brasil, ser político é ser frouxo e não ter compromisso com princípios, mas, apenas, com interesses. E você sabe quando vai mudar? Deixe-me dizer uma coisa: não há no mundo uma obra de transposição de água tão bem elaborada quanto a do Projeto de Integração e Revitalização do Rio São Francisco, o Projeto São Francisco. Essa versão dele é a de número 122! Do mesmo projeto! Aquele que o Eng. Tristão Franklin de Oliveira iria tocar pra frente, por ordem pessoal do Imperador Pedro II (se não tivessem derrubado o homem pouco depois)...

Graças à IFOCS – Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas – e depois que Epitácio Pessoa assumiu a Presidência da República, foram edificadas "mil" barragens e o solo nordestino virou um "queijo suíço" de tanto que se perfurou procurando água. Nossa água "subterrânea" é pouca e muito ruim. A exceção é aquela bela "mancha" do Piauí e ali em Mossoró-RN, devido a uma falésia tectônica localizada. Em redor de ambas, uma meia dúzia de municípios não tem problema, está tudo resolvido! Nem parece que é NE. Mas e o semi-árido inteiro? Meu caro: o semi-árido setentrional é revestido de rochas pré-cambrianas! Uma bexiguenta de uma "pedra" que nem broca de diamante a perfura; no entanto, já ouvi gaiatos dizerem, berrando, que, quando chove, grande parte da água, ao escorrer, fica armazenada debaixo das rochas. E que é só perfurar. Tem gente que vai nessa. Chuva sobre superfície de milhares e milhares de km2 de rochas pré-cambrianas é o mesmo que não chover... ali não penetra nada.

Você se refere ao que sofrem os ribeirinhos do "Velho Chico"! Claro que eles sofrem, faz tempo. Sabe por quê? Pergunte, por gentileza, a cada vereador e a cada prefeito de cada município, de um lado e do outro do Rio São Francisco, por que aquelas populações passam tanta sede? Com aquele "riozão" escorrendo, o ano todo, desde que ele foi "inventado", botando cheias monumentais, de OUTUBRO a MARÇO de todos os anos, regularmente, e aquela gente não sabe o que é esgoto sanitário? Jogam tudo no rio. Coleta de lixo? Idem. E bujão de gás? Retiram a madeira das matas ciliares. Muitos, como os do Sítio Poço do Umbuzeiro-BA, nem energia elétrica têm! Se eles, políticos, falarem Português, das duas uma: vão mentir o tempo todo (que você, esclarecido que é, não aceitará); ou dirão a verdade e deverão ser postos a correr. Ou seja: alegar que o "rio está morrendo", que os projetos de irrigação serão prejudicados, que o volume de água a ser retirado (26m3/seg.) vai diminuir a produção de energia elétrica e outras bobagens mais são tão injustas quanto falsas. Nem vou citar os números da vazão mínima e nem do regime regular de suprimento de água pela Zona de Convergência do Atlântico Sul.

Meu caro, leia o Projeto. De preferência, com um engenheiro da obra junto de você. E vá ver o que o Exército já construiu! É para se emocionar. Não há nada igual no mundo inteiro, acredite! Outra coisa: não é obra deste governo! Ele teve, e tem, o mérito de tê-la mandado executar. Surpreendeu, porque, no País do desperdício, governante que entra não termina obra de governante que sai; nem que seja da mãe! Daqui a menos de 2 anos, já o disse: o Eixo LESTE vai perenizar o Rio Paraíba. Esse Presidente vai virar santo! Não o conheço, mas não é preciso. Nossa história não teve ninguém igual a esse "Nove dedos"!

Você quer saber como é que se resolverá o problema da falta de água no Polígono das secas? Quando for possível transpor água do rio Tocantins para o Rio São Francisco, através do Jalapão. Quando? Daqui a mais uns 80 anos.

Foi um prazer conhecê-lo. Mais uma vez, meus cumprimentos pelo belo exemplo pessoal.

Fernando Valença